Argus II: O Olho Biônico
O Argus II, conhecido popularmente como “olho biônico”, é uma prótese de retina desenvolvida para restaurar parcialmente a visão em pacientes que sofrem de retinose pigmentar ou doenças degenerativas da retina.
A tecnologia, pioneira no campo da oftalmologia, permite que pessoas com cegueira total percebam luzes, formas e movimentos, oferecendo uma significativa melhora na mobilidade e na qualidade de vida.
O Argus II é uma prótese visual implantada na retina e funciona como um sistema que substitui parcialmente a função dos fotorreceptores danificados. Desenvolvido pela empresa Second Sight Medical Products, o sistema foi aprovado pela FDA em 2013 nos Estados Unidos e pela União Europeia em 2011.
Como o Argus II funciona?
O Argus II é composto por duas partes principais: uma externa e uma interna:
A – Parte interna:
– Implante de eletrodos (prótese de retina): Uma matriz de 60 eletrodos é cirurgicamente fixada na superfície da retina (epirretiniana). Esses eletrodos substituem a função dos bastonetes e cones, que são as células sensíveis à luz.
– Estimulação da retina: Os sinais elétricos são transmitidos para as células ganglionares e, em seguida, conduzidos ao cérebro pelo nervo óptico. O cérebro interpreta esses sinais como imagens visuais simples.
B – Parte externa:
– Óculos especiais com câmera embutida: Captura imagens do ambiente em tempo real.
– Processador portátil: Um dispositivo pequeno que processa as imagens capturadas e as transforma em sinais elétricos.
Quem pode se beneficiar?
O Argus II é indicado para pacientes com:
- Retinose Pigmentar avançada;
- Perda severa da visão devido à degeneração dos fotorreceptores;
- Percepção de luz residual preservada.
Para ser elegível, o paciente deve:
- Ter histórico de visão funcional (antes da progressão da doença);
- Ter o nervo óptico e as células ganglionares em funcionamento;
- Passar por avaliação oftalmológica e neurológica detalhada.
Benefícios do Argus II
O Argus II não restaura uma visão normal, mas oferece benefícios significativos, tais como:
- Percepção de formas simples, movimentos e contrastes de luz e sombra.
- Detecção de objetos, portas, janelas e obstáculos no ambiente.
- Melhoria na locomoção e independência, especialmente em ambientes familiares.
- Aumento da capacidade de realizar tarefas cotidianas, como identificar fontes de luz e contornos.
Resultados clínicos
Estudos clínicos demonstraram que:
- 85% dos pacientes relatam melhorias na orientação e mobilidade em locais desconhecidos.
- A capacidade de detectar luz e movimento melhorou em 100% dos casos.
- Em um estudo com 30 pacientes, 89% conseguiram identificar letras grandes e contornos de objetos com treinamento.
Muitos pacientes relatam que, após o implante, voltaram a ter uma percepção visual funcional, permitindo maior independência em suas atividades cotidianas.
Procedimento Cirúrgico
- A implantação do Argus II é realizada por um oftalmologista especialista em retina e vítreo.
- A cirurgia é minimamente invasiva e tem duração média de 3 horas.
- O período de recuperação varia entre 4 a 6 semanas, seguido de reabilitação visual intensiva, onde o paciente aprende a interpretar os estímulos gerados pelo sistema.
Limitações
- A resolução visual é limitada devido ao número reduzido de eletrodos (60 atualmente).
- O sistema ainda não devolve a percepção de cores ou detalhes finos.
- Requer um treinamento intenso para o paciente interpretar as informações visuais.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Quem pode se beneficiar do Argus II?
2. O Argus II devolve a visão normal?
3. Como é feita a cirurgia de implante?
4. Qual é o tempo de adaptação?
5. Existe risco associado ao implante?
6. Quanto custa o Argus II?
7. O Argus II pode ser retirado, se necessário?
8. O sistema Argus II é permanente?
Perspectivas Futuras
1. Aumentar o número de eletrodos: Próteses com mais de 1.000 eletrodos estão sendo desenvolvidas para melhorar a resolução visual.
2. Estimulação direta do córtex visual: Soluções que contornam o nervo óptico para pacientes com atrofia avançada.
3. Combinação com terapias gênicas e células-tronco: Para regeneração parcial da retina e potencialização dos resultados.
4. Implantes sem fio: Para maior conforto e eficiência no uso diário.